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Card com um título grande na parte superior: TURISMO ADAPTADO.
No centro, no fundo,há uma imagem de vários tipos de transportes públicos e na parte inferior, há silhuetas de pessoas com malas e bagagens.
#fimdadescricao
TURISMO ADAPTADO
A verdadeira viagem da descoberta consiste não em achar novas paisagens,
mas sim em ver com novos olhos
Marcel Proust
Foi comprovado que viajar melhora as relações sociais, as habilidades de comunicação e a autoestima. Além disso, os viajantes têm a oportunidade de participar de todo o processo de planejamento e tomada de decisão, melhorando assim suas capacidades de autogestão na vida cotidiana.
Viajar, principalmente por longas distâncias, significa se preparar para novas experiências: conhecer culturas e costumes distintos, se surpreender com pessoas com roupas diferentes, etc. E isso requer uma dose de empatia e paciência, pois o viajante deve estar pronto para se fazer entender nas situações cotidianas, mudando sua perspectiva e estando disposto a compartilhar novas experiências de vida. Isso naturalmente leva a uma mente aberta, tornando-se consciente de quão pequeno é o seu entorno imediato.
Aqui vamos abordar alguns fatores sobre turismo, com foco nas pessoas com deficiência ou com qualquer tipo de necessidades especiais. Confira mais detalhes!
O QUE É TURISMO ADAPTADO E POR QUE É TÃO IMPORTANTE PARA TODOS?
Também conhecido como “turismo acessível”, “turismo para todos”, “turismo sem barreiras” ou “turismo inclusivo” é definido como uma forma de tornar que os destinos, produtos e serviços turísticos de propriedade pública e privada sejam mais acessíveis a todas as pessoas, independentemente de suas limitações físicas, deficiências ou idades.
Algumas pessoas têm mais dificuldade em viajar do que outras devido a barreiras culturais, arquitetônicas/físicas e de informação/comunicação, bem como atitudinais. O turismo adaptado visa eliminar esses obstáculos e proporcionar experiências de maior qualidade para todos e por isso preocupa e envolve toda a sociedade.
Esse tipo de turismo não se limita apenas a pessoas com deficiência. Você já pensou como uma rede hoteleira pode acomodar pessoas que viajam com crianças pequenas, com idosos ou em grandes grupos de viagem? A acessibilidade vai de opções de alimentos e bebidas até o acesso aos banheiros e chuveiros. Ela permite que todas as pessoas participem e desfrutem de experiências turísticas, como por exemplo: idosos, gestantes, obesos e os com menos mobilidade têm necessidades de acesso, o que pode se tornar um grande obstáculo ao viajar ou passear. Portanto, o turismo acessível é o esforço contínuo para garantir bom proveito.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% da população mundial (1 bilhão de pessoas) vive com algum tipo de deficiência. No entanto, tornar o turismo mais acessível não é apenas uma responsabilidade social – há também um argumento comercial convincente, do ponto de vista dos negócios, para melhorar a acessibilidade, pois pode aumentar a competitividade do turismo no mundo inteiro. Como destino turístico, por que limitaria as atrações ou serviços excluindo 15% da população mundial? Além disso, o turismo acessível representa 25% do mundial e de modo geral, a sociedade está pronta para atender às necessidades de um quarto dos viajantes do mundo? Geralmente as redes hoteleiras/alojamentos nem sempre são acessíveis, mas isso não significa que todos os quartos que oferecem devam ser adaptados para acomodar pessoas com necessidades diferentes. No entanto, poderiam ter pelo menos alguns quartos disponíveis e adequados.
O turismo acessível envolve um processo colaborativo entre todas as partes interessadas: governos, agências internacionais, operadoras de viagens e usuários, incluindo pessoas com deficiência e suas organizações. Um produto turístico de sucesso requer parcerias e cooperação efetiva em muitos setores no nível nacional, regional e internacional. Da ideia à implementação, uma visita a um único destino normalmente envolve muitos fatores, incluindo acesso a informações, viagens de longa distância e de vários tipos, transportes locais, acomodações, compras e refeições.
Como podemos ver, o turismo acessível impacta e beneficia a todos. Mais pessoas aproveitam a oportunidade de viajar e a indústria turística recebe mais visitantes, temporadas mais longas e novas receitas. A sociedade como um todo se beneficia de novas oportunidades de trabalho, mais receita tributária e um ambiente acessível para as comunidades locais.
O QUE É PRECISO PARA TER MAIS ACESSIBILIDADE NO TURISMO?
Uma oferta consistente de turismo acessível requer uma combinação de serviços públicos e privados integrados, fornecendo informações confiáveis e atualizadas para residentes e turistas. Também requer meios de transporte adequados e a proteção necessária para garantir a segurança de todos.
Resumindo:
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Destinos sem barreiras arquitetônicas: infraestrutura e facilidades.
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Transportes aéreos, terrestres e marítimos adequados para todos os usuários.
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Serviços de alta qualidade: prestados por pessoal treinado, inclusive atendimento com Intérpretes de língua de sinais (no caso de Brasil, a libras) e/ou guia-intérpretes para acompanhar surdocegos;
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Atividades, exposições, atrações: permitindo que todos participem do turismo;
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Marketing, sistemas de reservas, sites e serviços: informação acessível a todos.
ATUALMENTE COMO ESTÁ O TURISMO ADAPTADO?
Embora ainda haja um longo caminho a percorrer para alcançar a acessibilidade universal no turismo, os avanços e as mudanças positivas que ocorreram nos últimos anos mostram que a sociedade está caminhando na direção certa. Com a colaboração das partes interessadas, governos, empresas e turistas, estão trabalhando, em muitos casos de forma coordenada, para tentar resolver gradativamente essas limitações.
Por fim, a inovação, o empreendedorismo e a criatividade podem certamente contribuir para a o avanço do turismo ser mais inclusivo.
DICAS PARA VIAJANTES COM DEFICIÊNCIAS
Desde edifícios e transportes públicos inacessíveis até à falta de serviços e apoio, as pessoas com deficiência enfrentam muitas vezes desafios adicionais quando se deslocam. Mas se você ou seu acompanhante tiver uma deficiência, isso não significa que você não possa viajar – significa apenas que você precisará fazer um planejamento extra para garantir uma boa viagem.
Desde a locomoção nos aeroportos até a reserva dos hotéis certos, leia a seguir algumas dicas de viagens, úteis e acessíveis, para pessoas com algum tipo de deficiência que queiram viajar.
PESSOAS SURDOCEGAS CONSEGUEM VIAJAR SOZINHAS?
Uma questão para se pensar. Cada pessoa gostaria de manter alguma independência. Para que os surdocegos possam viajar sozinhos, dependerá da gravidade da perda visual e auditiva. Não importa qual seja essa perda, ela afeta a sua capacidade de comunicação.
No entanto, existem vários graus de deficiência sensorial e algumas pessoas, cuja capacidade e confiança permitem viajar de forma independente, conseguem se comunicar satisfatoriamente a bordo.
No entanto, isto não é tão simples... A maioria pode ter grandes dificuldades e abaixo vamos explicar o porquê.
A começar, uma companhia aérea, por exemplo, tem o direito de exigir que um passageiro com deficiência viaje com um acompanhante se ele não for autossuficiente, ou seja, necessite de assistência intensa ou especializada. E neste caso, o viajante surdocego, se for viajar sozinho, terá que comprovar por meio de laudo médico que tem autonomia, sem precisar de acompanhante.
Quando se trata de viagens longas em lugares remotos ou internacionais, os cuidados deverão ser redobrados. Por exemplo, caso o surdocego tiver perda grande da audição e com visão bem reduzida (ou nenhuma visão), isto pode afetar os sinais de alerta, pois existem locais que podem ter faixas de pedestres menos acessíveis, calçadas muitas vezes desniveladas (ou sem calçadas), ruas movimentadas, barulhentas ou mal iluminadas. Foi comprovado que acidente de trânsito (ser atropelado por um carro) é uma das principais causas de morte e reivindicações de seguro de viagem, especialmente se estiver no exterior.
Outro agravante em viagens internacionais é a língua estrangeira: mesmo que você seja fluente, muitas vezes você pode não entender facilmente, porque em muitos países existem vários dialetos e gírias. Até mesmo se for uma pessoa que se comunica por língua de sinais, pode ser difícil interpretar, pois a sinalização é diferente em todo mundo.
Portanto, se você se for uma pessoa com surdocegueira, recomendamos que não viaje sozinho.
Como opção, leve um amigo ou familiar para te acompanhar nestes lugares turísticos. Apenas certifique-se de que é alguém em quem você confia e que poderá orientá-lo, ajudá-lo a navegar em locais desconhecidos. Use bom senso! Mesmo se você decidir ir sozinho, pode ser útil ter alguém para lhe mostrar a primeira parte de sua viagem, para que você tenha uma ideia mais clara de onde tudo está.
Viajar quando você é uma pessoa com surdocegueira pode ser desafiador, mas isso não é motivo para deixar de conhecer novos lugares e se divertir!
SAIBA MAIS DICAS PARA TER UMA VIAGEM SEGURA E GRATIFICANTE
Conheça seus direitos e benefícios
Se você tem uma deficiência ou mobilidade reduzida, você tem o direito de acessar viagens de avião, trem, ônibus ou navio como qualquer outra pessoa. Isso também inclui referências específicas a prestadores de serviços como agências de viagens, hotéis/alojamentos, restaurantes e outros serviços de lazer. Essas empresas têm o dever de garantir que você, como cliente PCD, não seja tratado de forma discriminatória devido à sua deficiência. Isso inclui o dever de fazer ajustes razoáveis ou fornecer ajuda e serviços auxiliares para a melhorar a acessibilidade dos serviços e instalações deles. Por exemplo, é um direito legal obter a ajuda necessária ao viajar de avião se você tem uma deficiência ou mobilidade reduzida. Isso deve ser trabalhado com a companhia aérea pela qual você está voando, com um agente de viagens ou operadora turística que você reservou sua viagem.
Lembrete: Se for viajar para o exterior, verifique como funcionam as leis para PCDs, pois cada país tem seu próprio padrão de acessibilidade para pessoas com deficiência. Antes de reservar, certifique-se de saber quais obstáculos você pode enfrentar e planeje de acordo.
Informações mais detalhadas sobre direitos das pessoas com deficiência, podem ser encontradas neste link.
E sobre os benefícios de descontos em passagens aéreas, clique aqui.
Fale sobre seus requisitos
Deixe todos saberem sobre sua(s) deficiência(s) e os recursos que você vai precisar para uma viagem segura. Como PCD você precisará de cuidados, apoio e segurança extra durante a viagem e não deve se sentir envergonhado ao discutir suas necessidades. Diga às pessoas quando precisar de ajuda.
Alguns PCDs têm limitações que nem sempre são visíveis, como é o caso de alguns surdocegos: muitas vezes eles não usam bengala ou não são acompanhados por um cão-guia. A maioria depende de sua visão remanescente e se baseia em pistas auditivas quando usa aparelhos auditivos ou implantes cocleares. Mas o ideal é comunicar sobre suas dificuldades e demandas e esta é a melhor maneira de obter suporte.
Dica valiosa: Mesmo que não seja usuário de bengala, leva-a. Ela pode ser útil em alguns imprevistos e pode ajudar a sinalizar aos outros que você é deficiente visual.
Faça sua pesquisa: planeje para onde você vai e o que gostaria de fazer
Pesquisa e planejamento são essenciais para qualquer viajante, especialmente se você tiver uma deficiência. Pesquise sobre todos os tipos de acessibilidade em seu destino: as principais atrações turísticas, os lugares, restaurantes, transportes e hotéis. Se for preciso, telefone ou envie e-mails para perguntar se existem serviços adaptados como catálogos ou menus em braile, sinais táteis, intérpretes, guias-intérpretes ou qualquer outra acomodação de que você precise.
Além disso, fique atento ao local de sua hospedagem; encontre uma acomodação conveniente para as principais atrações, mesmo que custe um pouco mais. Se você selecionar um local mais remoto, provavelmente compensará a diferença nos custos de transporte de qualquer maneira.
Trabalhe com um agente de viagens
Um guia especializado em trabalhar com viajantes com deficiência pode organizar todos os aspectos de sua viagem. Eles se certificarão de ter todas as medidas necessárias, verificarão se os hotéis, resorts ou restaurantes nos quais você está interessado estão acessíveis e fornecerão outros serviços para garantir que tenha uma viagem tranquila e uma estadia confortável.
Você também pode contratar o serviço de uma agência de turismo para ajudar a planejar sua viagem, pois eles podem oferecer conselhos de passeios personalizados e detalhados que funcionem para deficientes sensoriais. Embora planejar uma viagem possa ser assustador para qualquer pessoa, você pode reduzir um pouco desse estresse dedicando muito tempo para pesquisar, preparar e pedir ajuda aos especialistas.
Programe sua estadia antecipadamente
Pesquise seu destino e todos os hotéis ou locais de viagem que pretende visitar antes de fazer a reserva para garantir que eles sejam acessíveis às suas necessidades. Muitos alojamentos geralmente têm apenas alguns quartos adaptados e os melhores sempre são reservados com antecedência. Portanto, para isto, ligue ou envie um e-mail e procure se informar sobre a acessibilidade local. Como exemplo, muitos hotéis no exterior, especialmente em países desenvolvidos, têm quartos com comodidades específicas para pessoas com deficiência auditiva (por exemplo, luzes intermitentes para telefone e campainha) se você solicitar meses antes.
Observação: Em todo o mundo, o termo “acessível” pode ter significado diferente ou ser usado de maneira distinta, portanto, não tenha medo de fazer perguntas específicas para garantir que receberá a assistência de que precisa.
Planeje seu transporte com meses de antecedência
Dependendo do seu destino, você terá algumas opções de transporte diferentes para escolher. Esteja você viajando de avião, trem, navio ou ônibus, ligue para a empresa antes de fazer a reserva para garantir que ela atenda às suas necessidades.
Avião
Primeira dica muito importante para quem é deficiente visual: Conheça os aeroportos. Saber detalhes como o número de portões e a localização de seus restaurantes ou quiosques preferidos, pode ajudar a facilitar a navegação no aeroporto, especialmente se você deseja ir para o local de forma independente.
Além disto, muitos deles têm filas prioritárias separadas para pessoas com deficiência e você também pode obter embarque prioritário para que possa se acomodar no avião com calma.
Se você for de voo sem acompanhantes, vale a pena planejar com antecedência para garantir que a experiência seja a mais fácil possível. Primeiro ligue diretamente para a companhia aérea para garantir que todas as necessidades relacionadas à deficiência sejam atendidas. Pergunte o nome e cargo de cada pessoa com quem falar e registre esta informação. Muitas empresas designarão um funcionário para recebê-lo quando você chegar – ou no momento do check-in – e guiá-lo com segurança. Você também pode solicitar assistência ao desembarcar no seu destino. Geralmente, esse serviço não é cobrado, mas as políticas variam de acordo com a companhia e pode depender da equipe disponível e da sua deficiência, portanto, certifique-se de esclarecer com a operadora antes de voar.
Caso vá acompanhado ou use o benefício do FREMEC ou MEDIF (ver mais detalhes neste link), é preciso ligar para a companhia aérea com meses de antecedência para que você possa organizar todos os seus requisitos antes de reservar as passagens. Com o benefício, o seu acompanhante pode ter descontos – e muitas vezes conseguir espaço gratuito. Certifique-se de ter tudo por escrito e confirme novamente com a companhia aérea alguns dias antes da partida.
Ônibus, trem ou cruzeiro
Todas as operadoras de transportes devem fornecer informações detalhadas sobre as acomodações de que você precisa com antecedência e isto também ajudará o pessoal dessas locomoções a fornecer as acomodações de maneira correta e oportuna.
Dica valiosa: Deixe pessoas como comissários de bordo, condutores de trem, motoristas em geral saberem que você tem deficiência sensorial para que possam notificá-lo sobre quaisquer anúncios importantes ou em caso de emergência.
Passando com aparelhos auditivos e/ou implantes cocleares, em segurança, pelos detectores de metais dos aeroportos
Felizmente, você não precisa e nem é obrigado a tirar seus aparelhos auditivos e/ou implantes cocleares antes de passar pelo detector de metais. Se você usar as próteses durante a segurança, informe o pessoal do atendimento local. Você pode ser sinalizado para triagem adicional, que inclui revista manual. Se não os estiver usando, não os coloque diretamente na esteira pois isso pode gerar eletricidade estática que pode danificá-los.
Providencie um seguro de viagem
Os viajantes geralmente são responsáveis pelo pagamento de custos hospitalares e outras despesas médicas na maioria dos destinos. Certifique-se de ter um plano de saúde para receber atendimento em outros Estados no Brasil ou no exterior, caso precise. Considere comprar um seguro adicional que cubra assistência médica e evacuação de emergência, especialmente se você estiver viajando para áreas remotas.
Consulte seu médico antes de ir
Todos devem procurar aconselhamento médico antes de visitar um novo destino, incluindo pessoas com deficiência. Você precisará organizar coisas como exames de saúde, vacinas, medicamentos e suprimentos para sua viagem. Certifique-se de obter uma declaração médica descrevendo suas necessidades e use-a em hotéis ou transportes se precisar explicar sua situação.
Atenção! Se for viajar para o exterior, o laudo médico deve estar em inglês.
Informe-se sobre restrições a cão-guia
Se você tem um companheiro de quatro patas e gostaria de levá-lo para viagem com você, isso requer um pouco de preparação adicional. Para evitar possíveis contratempos, atrasos ou incidentes, é melhor informar, com antecedência, às operadoras de transportes em geral. Descubra se há alguma limitação ou restrição e o que você precisa considerar. Os transportadores em geral, devem permitir que um cão-guia acompanhe um viajante com deficiência visual e muitas vezes vão a bordo gratuitamente, mas para isto deve fazer uma reserva para seu animal, com pelo menos 48 horas de antecedência.
Em relação à estadia, certifique-se também de que o quarto de hotel tenha espaço suficiente para o cão-guia trabalhar, descansar e brincar. Além disso, verifique se o local turístico que estiver visitando, aceita que você esteja acompanhado por um cachorro, assim como em outros serviços, como entrar em um táxi ou ir a um restaurante.
Torne sua bagagem fácil de distinguir
Encontrar sua bagagem pode ser difícil na melhor das hipóteses, mas se você tem baixa visão ou é cego, o desafio é ainda maior. Para ajudá-lo a encontrar sua bagagem, verifique se ela é facilmente identificável entre as muitas outras malas. Você pode fazer isso personalizando sua bagagem de um jeito único anexando etiquetas, fitas coloridas ou chaveiros para evitar trocas durante a coleta de malas na esteira.
Muitas vezes, nos aeroportos, o passageiro também tem direito a uma bagagem de mão adicional gratuita para itens relacionados às deficiências. Caso você seja uma pessoa com deficiência auditiva, certifique-se de ter baterias ou pilhas sobressalentes suficientes para ajudar a garantir que seu aparelho auditivo ou implante coclear esteja funcionando corretamente. Leve também um kit de limpeza e principalmente um desumidificador elétrico (mais indicado).
Portanto, se precisar, mantenha também seus dispositivos seguros durante a viagem: você pode guardá-los nas bolsas protetoras enquanto você dorme, por exemplo.
Verifique como funciona o transporte público estrangeiro
Nem todos os transportes no exterior serão tão equipados para pessoas com deficiência. Verifique se você precisa reservar assistência ou fazer outras alterações.
Visite museus acolhedores, teatros e outras atividades culturais acessíveis
Muitos museus no Brasil e ao redor do mundo se preocupam em acomodar visitantes com deficiência de todos os tipos. Antes de visitá-los, certifique se eles têm exposições permanentes ou eventos programados. Caso precise de uma visita guiada, inscreva-se antecipadamente para que possa ser fornecido um passeio ideal e, com isso, você possa aprender mais sobre a história e a cultura do lugar.
No exterior, esses locais também podem oferecer tecnologia assistiva, desde que solicitado. O mesmo vale para teatros e outros espaços de atuação. Envie um e-mail para os locais e obtenha informações atualizadas.
Divirta-se!
Viajar nem sempre é perfeito. Os voos podem atrasar, o alojamento pode ser velho e mofado e a comida pode ser muito mais cara do que você esperava. Isso pode ser assustador mesmo para aqueles que enxergam e escutam bem. Relaxe, divirta-se e aproveite ao máximo sua viagem!
ALGUNS LOCAIS MAIS ACESSÍVEIS NO BRASIL E NO MUNDO
Sabemos que todos são diferentes e têm suas próprias preferências e, portanto, existem alguns locais e destinos que atendem a uma variedade de necessidades. Quando é um local específico que você deseja, existem alguns lugares no Brasil e no mundo, conhecidos por serem adequados para pessoas com deficiências.
Antes de tudo, certifique-se dos descontos turísticos que podem estar disponíveis para você. Alguns locais, eventos, parques de diversões oferecem descontos para surdocegos ou seus guias videntes.
Abaixo, reunimos alguns locais turísticos acessíveis que também podem oferecer programas educativos, visitação orientada ou atividades permanentes voltadas, especialmente para as pessoas com deficiência sensorial.
Observação: É importante entrar em contato com o local antes da visita, para verificar se precisa agendar previamente.
ALGUMAS DICAS DE LOCAIS COM TURISMO ADAPTADO NO BRASIL
Bonito - MS
Considerada como a capital do ecoturismo, Bonito é um pequeno município brasileiro localizado na Serra da Bodoquena no Estado do Mato Grosso do Sul.
Conhecido por seu solo predominantemente formado por rochas calcárias, responsáveis pelas águas cristalinas da região, como o Rio da Prata, onde com um mergulho você será capaz de ver muitos peixes e plantas aquáticas. A região conta ainda com cerca de 300 cavernas, todas úmidas e algumas com lagoas em seu interior, uma delas é o Abismo Anhumas, uma enorme gruta coberta de estalactites que oferece rapel e mergulho em um lago subterrâneo. Nas regiões montanhosas da Serra da Bodoquena entre as matas virgens, os rios transformam-se em cachoeiras no meio das vegetações: essas cascatas aumentam e mudam de curso por causa do calcário que se solidifica em torno de folhas e galhos que caem na água.
O que diferencia a região de outros destinos ecoturísticos é sua infraestrutura, organização e preocupação com o meio ambiente. Os principais atrativos da região são as paisagens naturais, rios de águas cristalinas, grutas e sua incrível fauna (mais de 480 espécies de aves) e flora. O ecoturismo ali está em constante aperfeiçoamento, sempre primando por práticas de visitação de mínimo impacto e melhor qualidade de serviços. Um grupo de associações, ONGs e órgãos governamentais coordena e organiza o turismo local, orientando a sustentabilidade regional e a preservação ambiental. Além disto, a cidade também é umas das mais acessíveis para visitantes com deficiências. Embora tenha mais opções de passeios para as pessoas com mobilidade reduzida, pode-se encontrar guias turísticos muito solícitos, que descrevem o local para deficientes visuais e em algumas agências é possível contar com serviços de tradução em Libras.
Brotas - SP
Brotas é uma cidade localizada no interior do Estado de São Paulo, cerca de 250 km da capital e é conhecida por seu ecoturismo, pela sua natureza exuberante, por seus rios e cachoeiras, que além de lindas, são ótimas para a prática de esportes de aventura.
Considerado o melhor destino para a prática de canoagem, rafting (em vários níveis de dificuldade), caiaque, paraquedismo, esportes náuticos e muitos outros, o lugar ainda conta com adaptações para arvorismo e tirolesa.
Os passeios funcionam normalmente e as operações são idênticas quando existe alguma pessoa deficiente nelas, o que muda são alguns procedimentos operacionais. Os monitores são treinados para conduzir os turistas com deficiências em geral, inclusive surdocegos.
Cataratas do Iguaçu - PR
Umas das 7 maravilhas do mundo, as Cataratas do Iguaçu são uma das atrações turísticas mais populares e uma das pioneiras em turismo acessível no Brasil. Além das belíssimas paisagens naturais, recebem todos os visitantes, inclusive pessoas com deficiências, com longas trilhas seguras que atravessam a selva até chegarem no maior sistema de cachoeiras do universo.
Os deficientes visuais e auditivos também encontrarão no Parque Nacional de Iguaçu facilidades para a sua visita através de orientações acessíveis do Centro de Visitantes, que dispõe painéis informativos com escrita em braile. A cidade também tem como proposta introduzir projetos de dispositivos móveis em libras na maioria dos locais turísticos.
Conheça também outros atrativos de Foz do Iguaçu como a Trilha do Poço Preto, o Macuco Safari, Parque das Aves, Marco das Três Fronteiras e o Itaipu Binacional, este último possui uma boa estrutura de passeios acessíveis para pessoas com deficiência sensorial.
Chapada do Guimarães – MT
Localizada em Mato Grosso do Norte, a 65 Km de Cuiabá, Chapada do Guimarães possui um grande parque estruturado de ecoturismo. A cidade é a mais alta das planícies do Pantanal e fica na fronteira da Floresta Amazônica e por isso, tem temperaturas mais amenas e sua vegetação é de cerrado ou savana, que dá origem a diferentes flora e fauna.
O principal atrativo turístico do local são seus belos cânions e incomuns formações rochosas avermelhadas, interessantes sistemas de cavernas, locais rupestres, fósseis de animais pré-históricos, vales verdes e campos que oferecem um verdadeiro tesouro para a humanidade. Além disso, o local possui muitas cachoeiras de águas cristalinas que desaguam no Pantanal, lagos e trilhas, tudo isso em meio a natureza exuberante da cordilheira. As águas tranquilas do Rio Cristalino são perfeitas para a prática de canoagem e ainda é possível deslizar silenciosamente ao longo do rio, não só para facilitar a apreciação da paisagem, como também aumenta a possibilidade de avistar pássaros e macacos.
Um dos locais mais acessíveis para pessoas com deficiência sensorial é o Espaço Turístico Chapada Aventura que oferece trilhas adaptadas com cordões e sinalização tátil onde o turista DV pode tocar nas árvores e conhecer um pouco sobre as espécies nativas catalogadas em braile e tudo isto pode ser acompanhado por um guia.
Além disso, o local também é adaptado com outras atrações turísticas como arvorismo, rapel, tirolesa e muitos outros. Um grande diferencial da cidade em relação às outras cidades ecoturísticas é que a maioria das pousadas e praças de alimentação oferecem catálogos e cardápios em braile.
Curitiba - PR
Curitiba é considerada a capital mais ecológica do Brasil, famosa por causa de seus parques e lagos e pela sua infraestrutura pública que se destaca como a mais preparada para seus moradores e visitantes. Conceituada como modelo nacional e internacionalmente em transportes públicos, a maioria deles são adaptados e acessíveis para pessoas com deficiência.
Entre os pontos turísticos mais visitados estão o Jardim Botânico, que abriga diversas classes de plantas nativas da Mata Atlântica e dentro dela há o Jardim das Sensações, com trajeto sensorial constituído de uma pista ladeada por sementeiras com legendas em braile que oferece a oportunidade de ver, tocar e apreciar o perfume de espécies botânicas, bem como de simular ambientações de floresta.
Vale a pena também visitar a Ópera de Arame: edifício de 3 andares cercado de tubos metálicos com um ambiente agradável e verde, e um paradisíaco lago de carpas multicoloridas. O local possui rampas, passarelas de aço e elevadores de fácil acesso para todos os tipos de PCDs.
O Museu Oscar Niemeyer também é um atrativo turístico para deficientes visuais por causa de suas exposições que podem ser tocadas por meio de uma maquete tátil.
Visite também outros pontos turísticos famosos como a Praça Garibaldi, o Bosque João Paulo II, Ilha do Mel e muito mais.
Rio de Janeiro – RJ
Reconhecido mundialmente por suas belezas naturais, o Rio combina uma das mais extensas florestas urbanas do mundo com um litoral paradisíaco de tirar o fôlego e monumentos famosos, como a estátua do Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e as conhecidas praias de Copacabana e Ipanema.
A cidade maravilhosa é o segundo maior município do Brasil e um dos mais visitados por turistas da América do Sul, abriga muitos pontos turísticos. Além do conhecido Carnaval anual, também é único por sua localização, arquitetura, habitantes e estilo de vida.
Apesar de ter realizado os Jogos Paralímpicos do Rio 2016, o município ainda precisa melhorar alguns locais públicos para pessoas com deficiência, principalmente para os sensoriais: há poucas calçadas táteis e não possui semáforos adaptados em toda a capital. Mas isto não impede de aproveitar e visitar algumas atrações que são adequadas para receber os turistas surdocegos, como por exemplo, os jardins e trilhas sensoriais do Jardim Botânico e o Parque Nacional da Tijuca. Além disto, há variados e famosos museus: a maioria segue o padrão de acessibilidade como piso tátil, mapas e sinalização palpáveis, interação através do tato com obras originais, maquetes arquitetônicas, miniaturas e réplicas dos objetos em exposição e algumas instituições têm também funcionários habilitados em língua de sinais. Outra opção turística é o Centro Cultural Banco do Brasil, onde apresenta sessões de cinema nacional com audiodescrição e há serviços de atendimento em libras.
São Paulo – SP
O município que leva o mesmo nome do Estado, também chamado de Sampa, é a maior cidade da América do Sul e a 7ª maior do mundo. Ela se destaca pela forte urbanização (a mais populosa do Brasil), é referência nacional em finanças, comércio, entretenimento e pela sua grande diversidade cultural.
São Paulo possui inúmeras salas de cinema, bibliotecas, museus, prédios históricos, parques, teatros, galerias de arte, além de seus restaurantes internacionais de alto padrão e pratos regionais sofisticados, a cidade também é reconhecida mundialmente pela sua diversificada gastronomia.
A capital paulista é uma das metrópoles no Brasil que mais está preparada para pessoas com deficiência. Além das redes hoteleiras serem consideradas a mais adaptadas para PCDs no Brasil, ela também possui diversos Centros de Informações Turísticas (CITs) distribuídos em pontos estratégicos da cidade, que foram criados para informar visitantes e moradores e oferecer dicas sobre a rica oferta cultural e de entretenimento paulistana. Todas as unidades possuem mapas táteis do entorno, pavimentação tátil, rampas e balcões acessíveis.
A maioria dos cruzamentos no centro, tem piso tátil nas calçadas, entretanto não possuem um sinal sonoro para atravessar as faixas. Quanto ao transporte público, o mais acessível é o metrô. Cães-guia para cegos são permitidos e há funcionários disponíveis para oferecer assistência nas estações metroviárias. Em todos os vagões, existem assentos azul-claros localizados perto das portas que são disponíveis para gestantes, PCDs, idosos e obesos. Além disso, os trens têm um chamado sonoro para indicar o embarque e desembarque e em todas as estações têm elevadores com botões em braile.
São Paulo tem muitos museus acolhedores para pessoas com deficiência sensorial como a Pinacoteca do Estado, MASP, Museu do Futebol e o Museu da Língua Portuguesa que possuem catálogos em braile, audioguias, além de serviço de intérprete de libras. A cidade também é conhecida pela sua vasta biblioteca acessível para DVs.
Socorro – SP
O município localizado a 130 km da capital paulista, faz parte da Serra da Mantiqueira e possui vários rios e cachoeiras. Conhecida pelo seu ecoturismo, esporte e aventura, a cidade também é referência nacional em turismo acessível, com hotéis, pousadas, restaurantes e é um dos destinos com melhores condições de receber pessoas com deficiências.
Além de ter boa infraestrutura para acolher PCD físico, o município também investiu nos pisos táteis e os semáforos foram adaptados com recursos sonoros, para atender pessoas com deficiência visual.
É cortada pelo Rio do Peixe, em seu entorno há várias atrações como passeios de barco, cavalgada, trilhas ecológicas e caminhadas até as cachoeiras e grutas. Além disso, é possível praticar atividades adaptadas para PCDs, como o arvorismo, canoagem, paraquedismo, boia-cross, rapel, tirolesa e rafting que podem ser praticadas com o uso de equipamentos específicos e o suporte de instrutores especializados.
ALGUMAS DICAS DE LOCAIS COM TURISMO ADAPTADO NO MUNDO
Disney World em Orlando – Estados Unidos
Situada na Flórida, Estados Unidos, é um grande centro de entretenimento e com 4 parques temáticos (Magic Kingdom, Epcot, Disney's Hollywood Studios e Disney's Animal Kingdom); dois parques aquáticos de aventura (Disney's Blizzard Beach e Disney's Typhoon Lagoon); dezenas de hotéis e muitos outros setores como spas, compras e restaurantes.
O Parque é mundialmente conhecido por sua acessibilidade para pessoas com deficiências. Além de oferecer passeios e shows acessíveis, há muitos banheiros adaptados em todo o espaço, bem como estacionamentos para deficientes. Lá é permitido ser acompanhado por cão-guia e há profissionais habilitados como guias e intérpretes de língua de sinais (americano – ASL). Outros serviços acessíveis são: audiodescrição, catálogos com mapas em braile, legenda em dispositivo móvel e em vídeo e muito mais. Além de tudo isso, há também o recurso Disability Access Service, que permite que os hóspedes retornem a uma experiência se não puderem tolerar aquelas filas terrivelmente longas.
Londres – Reino Unido
Londres, capital do Reino Unido, é considerada a maior metrópole do país e também o centro econômico, de transporte, comércio, educação, saúde e além de sua arte e política, ícones instantaneamente reconhecíveis, como o Big Ben, Catedral de St. Paul e Palácio de Buckingham, dão as boas-vindas à cidade multicultural.
Considerado um dos lugares mais acessíveis do mundo, Londres trabalha constantemente para garantir a acessibilidade para pessoa com deficiência.
Um dos melhores pontos sobre acessibilidade é que grande parte das faixas de pedestres no centro possui pisos táteis e sinais sonoros. Os sistemas de transporte público também são geralmente de fácil acesso para PCDs, como por exemplo, o metrô conhecido como "tubo" ou os famosos ônibus vermelhos de 2 andares. Os cães-guia são bem-vindos em todos os serviços, inclusive em barcos fluviais ou em táxis pretos.
As muitas atrações da cidade a transformaram em um dos destinos mais visitados do mundo e em muitos locais procuram adaptações para melhorar o atendimento ao maior número de turistas, incluindo pessoas com deficiência sensorial.
A London Eye, por exemplo, se consolidou como um dos pontos mais populares da capital: a maior roda-gigante do mundo com altura de 135 metros, é possível se maravilhar com a vista espetacular do horizonte da cidade em um passeio de 30 minutos. Além do parque ter rampas para cadeirantes, oferece também aro magnético para visitantes que usam aparelhos auditivos.
Existe também a opção de conhecer toda a Londres pelos cruzeiros que navegam pelo Rio Tamisa. Os cadeirantes e seus acompanhantes têm direito a 50% de desconto nos ingressos turísticos, enquanto os cegos cadastrados viajam gratuitamente. Cães-guia registrados também podem viajar a bordo.
Londres está repleta de museus incríveis e experiências que todos deveriam ter a oportunidade de vivenciar. A maioria oferece um programa gratuito de visitas interpretadas em Língua de Sinais Britânica e visitas guiadas para pessoas com deficiência visual. Os visitantes podem manusear as obras expostas ou optar por um guia audiodescritivo que fornece descrições detalhadas dos objetos e obter comentários dos curadores. Há também a possibilidade de solicitar catálogos com legendas em letras grandes, além de documentos em braile, incluindo desenhos táteis. Sugestões dos locais: Museu Britânico, Leighton House, Museu de Ciências, Museu de História Natural e muitos outros.
Antes de conhecer Londres, procure se informar sobre muitas atrações turísticas que oferecem entrada gratuita para os PCDs e/ou com desconto para assistentes e cuidadores.
Morgan's Wonderland - San Antonio, Texas - Estados Unidos
O criador do parque, Gordon Hartman deu este nome em homenagem à sua filha autista Morgan. Guiado por sua missão de inclusão, o parque Morgan's Wonderland se esforça para reunir visitantes de todas as idades e habilidades por meio de entretenimento inclusivo.
Descrito como "o primeiro parque temático ultra-acessível do mundo”, foi projetado especialmente para ser acessado por todos os indivíduos com necessidades especiais (com foco nas pessoas com deficiências) e para ser apreciado por todos.
Com mais de 25 atrações, incluindo passeios adaptados, playgrounds, jardins e um lago, o parque também oferece entretenimento ao vivo que celebra a inclusão, desde shows interativos de marionetes, até encontros com super-heróis que transformam “deficiências em super-habilidades”.
Os valores da entrada para o parque são acessíveis e para PCDs o ingresso é gratuito. O parque se mantém graças ao time de futebol profissional no local e tem recebido muitas consultas para expandir as suas atrações em outros países.
A região onde se localiza o parque, San Antonio, é umas das cidades onde a maioria é hispânica nos Estados Unidos, também conhecida pelo seu turismo, conglomerado de grandes empresas, hospitais, clínicas e instituições de pesquisa.
Nova York - Estados Unidos
Também conhecida como Big Apple, a cidade, na verdade, é uma coleção de muitos bairros espalhados entre os cinco distritos da cidade, cada uma exibindo seu próprio estilo de vida.
Nova York inclui grandes populações de imigrantes de mais de 180 países que ajudam a torná-la umas das cidades mais cosmopolitas do mundo. Considerada como grande base das finanças, política, entretenimento, cultura, é também voltada para o comércio, trânsito notoriamente congestionado e, aos olhos de muitos, o centro urbano mais atraente do país. A cidade também abriga corporações internacionais, bolsas de valores, as Nações Unidas, juntamente com todas as missões internacionais associadas a ela.
O turismo é uma grande indústria local, com centenas de atrações e uma média de 39 milhões de turistas que visitam a cidade a cada ano. Muitos visitantes fazem questão de visitar o Empire State Building, Times Square, Radio City Music Hall, a Estátua da Liberdade, Wall Street, Ponte do Brooklyn e entre outras atrações. A cidade também esbanja coleção incomparável de museus, galerias, casas de espetáculos, meios de comunicação e restaurantes renomados.
Apesar desse status, Nova York nem sempre é acessível às pessoas com deficiência principalmente em relação ao transporte público. Mesmo com a grande frota de metrô, a maioria não é adaptada para PCDs. Geralmente faltam rampas, elevadores, piso táteis, sinalização em braile e muitos outros.
A cidade tem um trânsito intenso e cruzamentos complicados e a maioria das faixas para pedestres não possuem pisos táteis e semáforos sonoros. Mas por outro lado, grande parte dos pontos turísticos da megametrópole são acessíveis, inclusive existem muitos programas voltados para viajantes PCDs. O Jardim Botânico do Brooklyn, por exemplo, tem um jardim sensorial projetado especialmente para pessoas com deficiência visual, no qual o visitante pode tocar e cheirar as plantas e identificar o nome das espécies nas placas em braile.
A cidade tem muitos museus famosos e acessíveis, a maioria proporciona aos visitantes a experiência tátil das obras, das maquetes, são acompanhadas com audiodescrição e alguns fornecem catálogos em braile. Sugestão: Memorial Art Gallery, Corning Museum of Glass, The Tenement Museum e dezenas de outros locais. Há também companhias de dança que fornecem fones que descrevem em áudio seus espetáculos, ou ter atendimento com língua de sinais (ASL) para surdos como Alvin Ailey American Dance Theater e New Victory Theater.
Para conhecer toda a cidade há a alternativa de fazer um passeio com os famosos barcos turísticos. Todos eles são acessíveis para deficientes e os funcionários podem fornecer assistência para embarque e na partida da balsa. Durante todo o passeio, que inclui Monumento Nacional da Estátua da Liberdade e o Museu da Imigração de Ellis Island, são disponibilizados audiodescrição e a tradução em diferentes idiomas. Há serviços de língua de sinais americana, mas para isto é preciso agendar antecipadamente para ter visitas guiadas
Sicília - Itália
Talvez a Itália não esteja associada a um destino muito acessível. Mas Sicília merece ser registrada como uma região para ser apreciada por pessoas com deficiência visual.
Situada no centro do Mar Mediterrâneo é a maior e mais populosa ilha ao sul da Itália, possui 10 cidades deslumbrantes com diversidade de paisagens e cultura rica e única, especialmente no que diz respeito às artes, música, literatura, culinária e arquitetura.
Embora a Sicília apresente alguns desafios em relação à acessibilidade, há muito o que fazer para pessoas com deficiência. Mas é possível desfrutar esta região sem barreiras se o turista PCD optar por excursões acessíveis privadas que são oferecidas por algumas agências de viagens da ilha. A maioria possui serviços de guias para pessoas com deficiência visual e tem atividades programadas e personalizadas em passeios, esportes, sessões de degustação de comida e vinho e experiências sensoriais.
Entre as atrações turísticas, vale a pena conhecer o Museu Tátil, projetado especialmente para deficientes visuais. O espaço fica na Via Etnea, em Catania e é o único do gênero na Itália que funciona como um centro multifuncional que visa integrar os cegos e, ao mesmo tempo, permitir que os videntes entendam sua condição e percebam o mundo como os DVs: pelas mãos. O atendimento é qualificado para o acolhimento de pessoas com diversas capacidades, o que permite maior entretenimento. Lá oferecem uma experiência sensorial inesquecível no escuro: a começar no museu estão expostas obras de arte onde o visitante pode tocar nas réplicas e maquetes (a maioria em tamanho real). O acervo também conta com uma biblioteca que tem uma vasta quantidade de audiolivros, livros e catálogos desenhados com alto relevo e textos com letra grande e braile. Em outras áreas do museu há um bar, um showroom e um cibercafé: lá dentro, totalmente às escuras, são servidos por cegos. E ao longo do caminho, o visitante descobre uma nova sensação: reconhecer objetos pendurados na parede, mesas e cadeiras no escuro apenas pelo toque. No percurso adiante é possível explorar o “jardim dos sentidos” ao ar livre, criando um caminho totalmente de olhos vendados e percebendo os aromas de algumas plantas nativas do local: jasmim, alfarrobeira e amendoeira.
Entre as outras opções estão os roteiros que as próprias agências de viagens podem programar, que incluem passeios ao centro de Catania onde ficam os mercados folclóricos e também conhecer as ruínas antigas, caminhar quilômetros de praias douradas, ver deslumbrantes costas montanhosas e mares azuis límpidos.
Sicília também é um paraíso gastronômico que oferece comida rústica que aproveita ao máximo a fartura local. Existem muitas fazendas orgânicas que dão aula de culinária siciliana na qual pessoas DVs também podem participar para aprender a fazer petiscos com Pistaches Bronte (frutos secos exclusivos da região vulcânica da ilha), fabricar azeites mediterrânicos e vinhos. Alguns roteiros também incluem uma sessão de degustação de sorvetes premiados.
A região é lar do maior vulcão ativo da Europa, o Monte Etna e os viajantes cegos, com baixa visão ou com mobilidade reduzida podem se envolver com outras atividades sensoriais como canoagem, windsurfe, mergulho, caiaque e a pesca tradicional.
Tóquio – Japão
Capital e a mais populosa cidade do Japão, Tóquio, anteriormente chamada de Edo, é o maior centro industrial, comercial e monetário do país. Muitas instituições financeiras nacionais e internacionais e outras empresas estão sediadas no centro da cidade e ela é um importante porto atacadista, onde são distribuídas mercadorias de todas as partes do país e do mundo.
A megametrópole é famosa pelas suas máquinas de venda automática, pelos seus restaurantes, cafés temáticos e conhecida pelo seu maior número de estrelas Michelin do mundo. Lá, o movimentado mercado de Tsukiji, representa o peixeiro para o mundo como o maior mercado atacadista de peixes e frutos do mar do planeta. Além disso, a cidade consegue controlar confortavelmente a poluição, o crime e outros desafios que muitas vezes acompanham esses imensos ambientes urbanos.
Outro grande destaque é o sistema de transporte público que é servido por uma densa rede de ferrovias elétricas, metrôs, linhas de ônibus e rodovias. A estação de Tóquio é o terminal ferroviário central para todo o Japão, incluindo os trens-bala Shinkansen de alta velocidade do oeste do país. O metrô, mesmo lotado durante os horários de pico da hora do rush, são conhecidos por chegar e partir com uma precisão impressionante. Curiosidade: A maioria dos fornecedores de transporte “público” em Tóquio são, na verdade, de propriedade privada.
A metrópole oferece uma escolha aparentemente ilimitada de compras, entretenimento, cultura e restaurantes para seus visitantes. A história da cidade pode ser apreciada em bairros como Asakusa e em muitos museus excelentes, templos históricos e jardins. Ao contrário da percepção comum, Tóquio também oferece vários espaços verdes atraentes no centro da cidade e em viagens de trem relativamente curtas nos arredores.
Não podemos deixar de citar outra excelência em Tóquio: a acessibilidade. Considerada como umas das mais acessíveis no mundo, a cidade merece ênfase para pessoas com deficiência.
Os famosos pisos táteis – que foram inventados por japoneses – também são “onipresentes” em toda cidade. Da mesma forma, há muitas informações em braile encontradas em locais públicos, a bordo dos trens e impressas em algumas embalagens; no entanto, as informações estão em braile japonês. Além disso, os sons desempenham um papel importante em ajudar os deficientes visuais a se movimentarem. Vários sons repetidos e anúncios em estações e outras instalações públicas são reproduzidos perto de saídas, banheiros e mapas em braile para ajudar a melhorar a orientação em conjunto com blocos táteis, assim como sinais sonoros em alguns semáforos também indicam que é seguro atravessar o cruzamento.
Os cães-guia podem ser extremamente úteis no Japão, no entanto, apenas cães japoneses treinados são cobertos pela lei, portanto os animais de serviço estrangeiros não são elegíveis para usar instalações públicas, mas isso pode ser contornado obtendo credenciais da Japan Guide Dog Association – isso garantirá acesso a hotéis, transportes públicos, lojas e instalações privadas.
Em relação aos pontos turísticos, a maioria dos museus, galerias, locais de arte e entretenimento, como o National Noh Theatre, são acessíveis para deficientes visuais, auditivos e pessoas com problemas de mobilidade. Ainda assim, muitos santuários e templos antigos permanecem apenas “parcialmente acessíveis”.
Shinjuku Gyoen, por exemplo, é um dos maiores parques da cidade e um popular ponto de observação de flores de cerejeira, recebeu reconhecimento especial por seu mapa de acesso e aplicativo universal para smartphone que usa voz, vídeo, texto e vibração para orientar os visitantes com deficiência.
Existem também alternativas de escolher agência de viagens, com guias locais que oferecem passeios de um dia acessíveis para pessoas com deficiência. Ou o turista pode optar por pacote completo de roteiros inclusivos e personalizados especificamente para PCDs. Os locais podem incluir Monte Fuji e o Lago Kawaguchi, um tour completo em Tóquio e em Hakone & Mishima Sky Walk.
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Revisão: Telma Nunes de Luna
Fontes
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