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COM SÍNDROME DE USHER
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BAIXA VISÃO
OBSERVAÇÃO: Todas os dados contidos aqui têm a intenção de informar e não pretendem substituir de forma alguma as orientações do médico. Não interrompa consulta com oftalmologista e qualquer dúvida legal consulte um advogado.
Primeiramente vamos esclarecer que a deficiência visual varia conforme as limitações, sendo que em qualquer variação há o comprometimento nas funções visuais que interferem de forma diferenciada em cada indivíduo.
A deficiência visual é caracterizada pelo comprometimento total ou parcial (de 40 a 60%) da capacidade visual de um ou ambos os olhos e que não consegue ser corrigida ou melhorada com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Essa condição pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida do indivíduo.
Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, ela se divide em 3 grupos com características e necessidades diferentes:
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Cegueira: é o termo usado para perda total de visão, quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala, os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais.
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Próximo à cegueira: Quando a pessoa ainda é capaz de perceber luzes, sombras e movimento, porém já emprega o sistema braile para ler e escrever, utiliza recursos de voz para acessar programas de computador, locomove-se com a bengala, precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade.
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Baixa visão ou visão subnormal: é o termo usado para a pessoa que tem sua função visual comprometida, contudo, usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para executar tarefas. Geralmente, estes indivíduos apresentam resíduo visual que lhe permite ler impressos com o uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, se locomovem com o auxílio de bengalas e fazem de treinamentos de orientação.
Entendendo sobre a baixa visão
O termo “baixa visão” está em fase de discussão, tanto que futuramente poderá ser excluído da classificação de deficiência visual e seguir as normas da OMS que classifica como deficiência visual 1 (cegueira), 2 (Próximo à cegueira) ou 3 (Baixa visão ou visão subnormal).
O que determina se uma pessoa é cega ou possui baixa visão é o quanto de acuidade visual e campo de visão que ela possui.
A baixa visão se caracteriza por apresentar acuidade visual de 0,05 a 0,3 (ver tabela abaixo) no melhor olho, com a melhor correção óptica ou nos casos em que a somatória do campo visual é de 60°.
Pelos critérios médicos/legais é considerado visão normal a que segue os padrões da acuidade visual e outros, como o Teste de Snellen. Também existe a possibilidade de realizar exames mais sofisticados como o Teste de Sensibilidade ao Contraste, a Campimetria, a Avaliação do Senso Cromático, etc.
O Snellen é muito conhecido pela sua tabela constituída por letras de tamanhos diferentes, numa série de linhas, começando por tamanhos maiores e terminando em tamanhos pequenos. Ele faz parte do exame oftalmológico básico da maioria das clínicas.
Teste de Snellen
A acuidade 20/200 é a maior letra da tabela de Snellen. Para chegar a este número, a acuidade visual é expressa como fração. O primeiro número representa a distância de teste em pés (20 pés) entre o quadro e o paciente, e o segundo representa a fileira menor das letras que o olho do paciente pode ler. Os médicos chegam a esse resultado dividindo os números: a visão é medida na distância de 20 pés, o que seria aproximadamente 6 metros. Por exemplo: Alguém com visão 20/20 é considerado com 100% de acuidade. Significa que estando a seis metros de distância de um objeto, a pessoa o enxerga com capacidade considerada normal.
Os portadores de alguma deficiência visual têm o segundo número maior que 20. Uma pessoa com visão 20/40 tem 85% de acuidade visual e precisa de seis metros de distância para enxergar o que uma pessoa de visão normal enxergaria a 12 metros. Conforme a pessoa vai enxergando menos, ela precisa de uma letra maior para poder ver com clareza, depois do 20/20 vem 20/30, 20/40, até chegar na letra de tamanho maior da tabela que é 20/200.
Veja tabela abaixo segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde):
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20/30 a 20/60: leve perda de visão ou próximo da visão normal
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20/70 a 20/160: baixa visão moderada
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20/200 a 20/400: baixa visão grave
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20/500 a 20/1000: baixa visão profunda
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Inferior a 20/1000: quase total deficiência visual, próximo da cegueira
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Nenhuma Percepção da luz: total deficiência visual, cegueira total
Outro exemplo com tabela Snellen:
Característica da baixa visão
O universo da baixa visão é muito variável e depende do grau e o tipo de perda visual. Trata-se uma condição intermediária entre o normal e a cegueira: elas têm limitações severas de visão, têm dificuldades em enxergar, mas ainda possuem um resíduo visual que as permite ter certa independência. No entanto, muitas vezes elas precisam usar a bengala ou cão-guia para se locomover, e mesmo assim serem capazes de ver utilizando sua visão central ou visão lateral.
Mesmo com os recursos ópticos, as pessoas com baixa visão ainda enfrentam desafios diários na rua, na escola, no trabalho, na igreja, etc. Elas podem ter autonomia, podem desfrutar a vida normalmente desde que aceitem e saibam lidar com suas limitações.
Estimativa
Aqui no Brasil, segundo dados do IBGE, a deficiência visual, dentre os tipos pesquisados, é a mais representativa e atinge 3,6% dos brasileiros, isto é, 6 milhões de brasileiros, sendo que 500 mil são cegos. Segundo a OMS, cerca 80% das deficiências visuais poderiam ser evitadas ou curadas se fossem diagnosticadas e tratadas a tempo.
Causas
Congênitas: ocorrem no nascimento, por exemplo: corioretinite macular por toxoplasmose; muitas vezes são de origem genética, familiar, como retinose pigmentar, glaucoma congênita, catarata congênita, etc.
Adquiridas: por doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, degeneração senil de mácula, traumas oculares, etc.
Os sintomas e indícios relacionados à deficiência visual
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Constante irritação nos olhos;
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Excessiva aproximação junto ao rosto para ler ou escrever;
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Dificuldade para leitura à distância;
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Esforço visual;
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Dificuldade em reconhecer cores;
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Inclinação da cabeça para tentar enxergar melhor;
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Dificuldade de enxergar pequenos obstáculos no chão ou nas laterais;
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Nistagmo (olho constantemente trêmulo);
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Estrabismo;
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Dificuldade de enxergar em ambientes claros ou escuros.
Barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência visual - baixa visão
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Contraste inadequado de cores;
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Leitura com fonte de letra com serifa ou decorada;
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Leitura com letra pequena (ou grande em alguns casos);
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Conteúdos que perdem sua funcionalidade quando ampliados;
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Locais de pouca iluminação (ou de muita iluminação em alguns casos);
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Dependendo do grau da baixa visão, o usuário irá utilizar um leitor de tela. Desse modo, as barreiras serão as mesmas enfrentadas por uma pessoa cega.
Auxílios ópticos para melhorar a visão de perto
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Óculos com lentes esféricas;
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Óculos com lentes esfero prismáticas;
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Lupas normais;
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Lupas de apoio;
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Sistemas de telemicroscópios;
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Sistemas de videomagnificação;
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Computador com ampliadores de tela. Além disso, dependendo do grau residual de visão, essas pessoas também acabam utilizando os softwares leitores de tela e os recursos de alto contraste.
Revisão: Telma Nunes de Luna
Fontes
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