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COM SÍNDROME DE USHER
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CONHEÇA OS 4 ATLETAS
COM SÍNDROME DE USHER
NAS PARALIMPÍADAS RIO 2016
17/09/2016
REBECCA MEYERS
A ATLETA COM MAIS OURO
Foto: CNS/Carlos Garcia Rawlins, Reuters
A americana Rebecca Meyers de 21 anos é a atual campeã de natação nos Jogos Paralímpicos com 3 medalhas de ouro e uma de prata.
Meyers começou a nadar em Baltimore, Maryland, aos seis anos de idade. Foi lá que ela conheceu o nadador Michael Phelps, que se tornou seu parceiro de treinos e a inspiração de Rebecca.
Meyers nasceu com síndrome de Usher, que a deixou surda e com perda progressiva da visão (retinose pigmentar). Ela usa implantes cocleares, mas sua maior preocupação é a sua degeneração visual.
Rebecca também tem problemas de equilíbrio e algumas vezes usa uma bengala ao caminhar. Entretanto, na água, equilíbrio e perda auditiva não atrapalham em suas atividades físicas. De vez em quando, a baixa visão afeta seu treino, principalmente quando ela esbarra em outro nadador por acidente. Ela já teve uma séria ruptura de ligamento em seu pescoço ao bater na parede da piscina. Certa vez Rebecca sofreu uma concussão durante uma caminhada e a partir daí resolveu ter um cão-guia.
Embora a visão de Meyers esteja piorando, ela tem confiança na ciência. "Eu acredito na tecnologia", disse ela. "Se existem implantes para nos ajudar a ouvir, estou certa de que haverá lentes de contato para nos ajudar a enxergar."
Nos Jogos Paralímpicos do Rio, a americana Rebecca Meyers, além ganhar várias medalhas, quebrou o recorde mundial na prova de 400m estilo livre S13, com o tempo de 4m19s59.
Veja as conquistas de Rebecca Meyers, exemplo para quem tem Síndrome de Usher!
Natação 50m livre feminino - S13 - 6º lugar
Natação 100m livre feminino - S13 - 2º lugar
Natação 400m livre feminino - S13 - 1º lugar
Natação 100m borboleta feminino - S13 - 1º lugar
Natação 200m medley feminino - SM13 - 1º lugar
Para seguir Rebecca Meyers nas redes sociais:
Fotos: CNS/Carlos Garcia Rawlins, Reuters
Foto: Getty Images
KATIE KELLY É OURO NO PARATRIATLO RIO 2016
Foto Facebook Katie Kelly
Katie Kelly, 41 anos, é uma paratriatleta australiana. Competiu na categoria Triatlo PT5 como uma atleta deficiente visual.
Ela nasceu com perda auditiva e, a partir dos 5 anos, começou usar aparelhos auditivos.
Aos 20 anos, Katie percebeu que sua visão estava se deteriorando. Um oftalmologista diagnosticou a retinose pigmentar e síndrome de Usher.
Em janeiro de 2015, Katie percebeu que a perda da visão progrediu a ponto de ser considerada "legalmente cega", ou seja, menos de 10 graus de campo visual.
Ela é uma corredora muito ativa e tornou-se triatleta ao longo dos anos. Katie teve a oportunidade de entrar em contato com Triathlon Austrália para saber sobre mais sobre Paratriatlo (leia mais sobre esta modalidade no texto abaixo). E desde então, Katie teve uma trajetória incrível em seu país, até ganhar a medalha de ouro nas Paralimpíadas Rio 2016.
Além do Paratriatlo, Katie é graduada em Gestão do Desporto e concluiu seu mestrado em Negócios na Universidade de Tecnologia de Sydney. Ela tem uma carreira de sucesso em Gestão de Desporto trabalhando para organizações em Melbourne, Austrália.
Katie obteve bons resultados no triatlo de seu país e também em campeonatos mundiais.
Durante o treinamento Katie usa a tecnologia Bluetooth através de seu iPhone para se comunicar e ouvir sua guia (Michellie Jones) através de seus aparelhos auditivos.
Katie prefere competir sem os aparelhos auditivos durante as corridas. "Eu não posso perder tempo colocando-os depois da natação e antes da bicicleta. É muito pouco tempo!"
Parabéns Katie! Você é orgulho para todos com Síndrome de Usher!
Foto: Delly Carr
Imagens: Kattie Kelly
O que é Triatlo nas Paralimpíadas
A modalidade iniciou na Paralimpíadas de Sidney em 2000 e desde então fez muito sucesso e é praticado em mais de 60 países.
O Comitê Executivo do IPC (Comitê Paralímpico Internacional) resolveu adaptar o paratriatlo do Rio 2016 tornando-o um esporte mais dinâmico. Os atletas competem em distâncias menores que as olímpicas: são 750m de natação, 20 km de bicicleta e 5 km de corrida. Os objetivos, porém, são os mesmos. Aquele que completar primeiro todo o percurso leva a medalha de ouro.
Os competidores são divididos em categorias, conforme as deficiências que possuem. Na TRI 1, os paraplégicos, tetraplégicos e biamputados. Na TRI 2, atletas com comprometimento severo de pernas, como os amputados acima do joelho. A categoria TRI 3 é voltada aos que possuem distrofias musculares, paralisia cerebral, esclerose múltipla e semelhantes. A TRI 4 compreende os com paralisia ou amputamento dos braços. Na TRI 5 competem aqueles com comprometimento médio das pernas, como amputamento abaixo dos joelhos. A TRI 6, por fim, é a categoria dos atletas cegos ou com baixa visão.
AMANDA CAMERON:
ATLETA PARACICLISTA EM POTENCIAL
Foto de Dianne Manson
Amanda Cameron tem 28 anos, é natural de Gisborne, Nova Zelândia. Ela se mudou para Wellington para estudar como técnica de arquitetura.
Cameron nasceu com surdez profunda e aos dez anos de idade começou sentir a diminuição de visão noturna, desde então, tem tido piora gradual da visão (não tem nenhuma visão periférica). Ela tem Síndrome de Usher tipo 1.
No momento, ela usa implantes cocleares que ajudam na sua surdez profunda.
Cameron não sabe se a visão dela vai piorar, entretanto, ela tenta "não focar nisso e tirar o máximo de cada dia". Ela disse aceitar a síndrome e a aprender a ser mais confiante. A síndrome de Usher tem feito dela uma pessoa mais forte.
O problema do equilíbrio e da baixa visão (retinose pigmentar), características da Síndrome de Usher, fizeram com que Amanda fosse classificada como "legalmente cega" para praticar o paraciclismo (e não por causa da surdez).
O paraciclismo que ela concorre é chamado de B/VI que significa “cegos/deficientes visuais” que envolve uma ampla gama de perdas de visão entre os concorrentes. É uma modalidade em duplas, sendo que na frente o piloto é uma pessoa vidente (que enxerga), eles pedalam em uma bicicleta chamada “Tandem” e o co-piloto (no caso da Amanda) precisa se concentrar na comunicação entre ambos durante a corrida. Para isto, ela usa um sistema de microfone para seguir instruções do piloto.
Amanda é atleta paralímpica juntamente com a pilota Hannah Van Kampen. Em 2014 Amanda ficou em 10º lugar no Campeonato Mundial de Paraciclismo de estrada em Greenville, EUA. Ela também ficou em 3º lugar em seu país em 2014. Amanda é uma pessoa muito focada e treina duro para alcançar seus objetivos.
Juntas já participaram em quatro provas nos jogos paralímpicos. Veja a classificação:
Ciclismo de Estrada Prova de estrada feminina - B - 11º lugar
Ciclismo de Estrada Contrarrelógio feminino - B - 9º lugar
Ciclismo de Pista Perseguição Individual - B - Feminino - 4º lugar
Ciclismo de Pista Km contrarrelógio - B - Feminino - 6º lugar
Fotos de Getty Images
JACK HODGSON,
O MAIS JOVEM ATLETA COM SÍNDROME DE USHER
NOS JOGOS PARALÍMPICOS 2016
Foto de Jordan Mansfield/Getty Images
Em 2015 Jack Hodgson (Big Jack) foi campeão de Judô Júnior do Mundo. Ele é inglês de Gainsborough, tem 19 anos e é judoca peso-pesado (pesa 100 Kg).
Pelo seu peso e altura, Hodgson se destaca no meio da multidão, as únicas indicações de sua deficiência são os aparelhos auditivos, mas para quem não sabe, ele também tem campo visual limitado por causa da retinose pigmentar.
Hodgson cresceu em uma base militar na Irlanda do Norte, aos 6 anos de idade assumiu o esporte quando lhe foi dada uma escolha entre judô e ballet. Sua mãe o fez tentar ballet em primeiro lugar, mas judô tornou seu sonho maior.
Ele é surdo desde pequeno e já usava aparelhos, mas sua visão começou a deteriorar-se quando ele estava com 12. Seus pais perceberam que seu filho esbarrava, tropeçava no escuro. Eles acreditavam que "Jack era apenas desajeitado". No entanto sua visão piorou ainda mais aos 15 anos (tinha apenas 10% da visão) e assim, soube que tinha síndrome de Usher.
Jack foi bem sucedido na modalidade ganhando medalhas em cada um dos principais eventos que ele lutou. Seu maior prêmio foi a medalha de prata que ganhou nos Jogos Mundiais 2015 na Coreia.
Ao competir, Hodgson não usa os aparelhos. Ele não vê e nem ouve a multidão. "Eu preferiria ter aparelhos auditivos, mas eles quebram se eu tombar no chão, então eu não posso usar", ele diz que gostaria de ouvir a orientação de seus treinadores durante a disputa.
Ele considera o judô como um desafio para quem tem Síndrome de Usher. Hodgson insiste que, assim mesmo, ele vai simplesmente "continuar competindo enquanto pode". Ele acrescentou: “minha visão tem sido estável nos últimos anos, mas se piorar, não é o fim do mundo".
Nos Jogos Paralímpicos no Rio ele tentou o seu melhor: ficou em 7º lugar na categoria de Judô acima de 100kg.
Para seguir Jack Hodgson:
Fotos/screenshots vídeo: judoinside.com
Revisão: Telma Nunes de Luna
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